Por Leonardo Macambira
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Didaquê (Διδαχń em grego clássico) ou Instrução dos Doze Apóstolos, é um escrito do primeiro século que trata do catecismo cristão.
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Didaquê significa doutrina, instrução. É constituído de dezesseis capítulos, e apesar de ser uma obra pequena, é de grande valor histórico e teológico.
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O título lembra a referência de Atos 2,42: "E perseveravam na doutrina dos apóstolos ...”.
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Estudiosos estimam que são escritos anteriores a destruição do templo de Jerusalém, entre os anos 60 e 70 d.C. Outros estimam que foi escrito entre os anos 70 e 90 d.C., contudo são coesos quanto a origem sendo na Palestina ou Síria.
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Quanto a sua autenticidade, é de senso comum que o mesmo não tenha sido escrito pelos doze apóstolos, ainda que o título do escrito faça menção aos mesmos; mas estudiosos acreditam na compilação de fontes orais tendo recebido tais ensinos que resultaram na elaboração do mesmo. Também é senso comum que tenha sido escrito por mais de uma pessoa.
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O texto foi mencionado por escritores antigos, inclusive por Eusébio de Cesaréia que viveu no século III, em seu livro "História Eclesiástica", mas a descoberta desse manuscrito, na íntegra, em grego, num códice do século XI ( ano 1056 ) ocorreu somente em 1873 num mosteiro em Constantinopla.
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Nos escritos da Didaquê, além da catequese e liturgia cristã, o evangelho de Jesus é recomendado. A Didaquê também cita a oração do “Pai Nosso” como sendo “ensinada pelo Senhor” e finda com a afirmação em consonância com o livro Apocalipse , do Novo Testamento, de que Jesus voltará:
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“ ... conforme foi dito: "O Senhor virá e todos os santos estarão com ele". Então o mundo assistirá o Senhor chegando sobre as nuvens do céu.” [Didaquê 16:7,8].
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Nos escritos da Didaquê também são reforçados o batismo no nome do Pai, Filho e Espírito Santo [7:1,3], sendo argumento para os que aceitam a vertente bíblica da Trindade, contrapondo-se a defesa dos não trinitários de que não existiam escritos cristãos do primeiro século que defendessem o batismo no nome de Jesus.
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A respeito de Jesus, ainda sobre o batismo, diz: “Que ninguém coma nem beba da Eucaristia sem antes ter sido batizado em nome do Senhor, pois sobre isso o Senhor [Jesus] disse: "Não dêem as coisas santas aos cães".” [9,5].
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Tais escritos também sustentam argumentos de que existiam escritos do primeiro século apoiando a defesa da tese teológica de que Jesus é Deus.
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Sobre questões polêmicas como o batismo, adverte para o batismo em imersão; sendo admitido por aspersão na inexistência de água corrente. A Didaquê também acentua a diposição ao jejum por parte do candidato ao batismo e daquele que o vai batizar por cerca de três dias antes do batismo.
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Nos escritos da Didaquê há uma similaridade quando se referencia hora ao Pai como o Senhor [Didaquê 10] e hora a Jesus como o Senhor [Didaquê 16], o que é aceito por alguns a interposição entre as duas pessoas. Também fazendo a distinção de pessoa chamando Jesus de servo do Pai.[9,3].
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A Didaquê faz registro da celebração da ceia no domingo (dia do Senhor):
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"Reuni-vos no dia do Senhor, para romperdes o pão e dardes graças" [Didaquê 14,1].
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A Didaquê cita diretamente ou faz menção indireta a diversos livros do novo testamento: sendo Mateus, Lucas, I Epístola aos Coríntios, Hebreus, I Epístola da Pedro, Atos dos Apóstolos, Romanos, Efésios, Carta aos Tessalonicenses e Apocalipse.
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* Apesar da credibilidade dos escritos de cristãos primitivos e de serem em conformidade com a Palavra de Deus, as Escrituras são insubstituíveis e nada pode ser posto em grau de comparação com a mesma!
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Leia a Bíblia , ela deve ser sua regra de fé e prática!
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Fonte: .
Leonardo Macambira é carioca, residente no Rio de Janeiro, seminarista, membro da comunidade Blogueiros Evangélicos no site Orkut e editor do blog Marcas de Cristo.