Definindo apologia bíblica e lavagem de roupa suja
Reconheço que o tema apologia bíblica é complicado. Porém, devemos ultrapassar a barreira das dificuldades e com coragem agir dentro do campo de batalha que é nosso dever atuar. Estamos numa guerra espiritual, o soldado que durante as menores escaramuças guarda suas mãos no bolso é indolente, corre o risco de morrer ou ser exonerado do exército com desonras.
O que não é apologia bíblica? Falar sem respaldo bíblico contextualizado e movido por desejo de retaliação contra alguém ou grupo, objetivando ganhar vantagem ou satisfação pessoal à organização denominacional a que pertence (do seu grupinho).
O que é apologia bíblica? É, imparcialmente, usar o texto bíblico de maneira a trazer à luz todo o pecado, atacar o foco do pecado e não os pecadores; é agir com o senso de bem-estar coletivo, jamais movido por causas próprias; é defender a Igreja (organismo vivo, Corpo de Cristo).
Quero deixar aqui o meu posicionamento sobre "lavanderia espiritual". É um assunto que eu penso bastante, e uso com critérios. Não exerço "lavagem" motivado por partidarismo e nem em causa própria. Quando publico artigos com direcionamento apologético, faço isso com tristeza, jamais por raiva e sentimento de vingança.
Fazer defesa da fé é uma ação que as Escrituras Sagradas nos delega. O desafio que o evangelista encontra é ser um apologeta dentro dos parâmetros bíblicos.
Tenho temor de Deus, e orado a respeito da sujeira... Em minhas orações, peço a Deus para saber agir da melhor maneira possível como blogueiro, quero evitar agir na carnalidade. Cheguei nas conclusões que discorro abaixo.
A Ciência já comprovou que quando uma criança cresce em um ambiente onde é super protegida, ela cresce frágil, incapaz de se defender por si mesma.
Se a criança passar seus dias sem o contato com o pó, nunca colocar os pés descalços sobre a terra, nunca tiver contato com as intempéries, seu organismo deixará de criar o mecanismo natural de defesa conhecido como anticorpos.
Quando os desbravadores portugueses aportaram no Brasil e tiveram contato com as tribos indígenas, trouxeram com eles o vírus da gripe. Como os índios não tinham desenvolvido em seus corpos os anticorpos contra viroses, houveram muitas mortes. Enquanto os portugueses apenas espirravam por sete dias e depois tinham a saúde restabelecida, os índios morriam.
Na vida cristã o quadro também é assim. Há muita lama por aí... Há diversos vírus também. Há muitos ventos bravios trazendo poeira aos nossos olhos. E existem muitos bebês na fé, diversos novos convertidos que estão engatinhando dentro deste cenário assustador.
O papel do evangelista não é isolar os bebês espirituais e dessa forma, provocar neles um mecanismo de defesa imunológica fraco. Não é correto dizer-lhes que não existe nada de ruim, feio, vergonhoso no meio cristão. Super proteção não é a ação correta a se fazer. Não podemos esconder tudo que achamos vergonhoso, nojento e assustador.
Nos originais do Novo Testamento, encontramos a palavra verdade com o sentido mais amplo do que o que consideramos ser hoje em dia. No português, verdade é apenas o antônimo de mentira, mas no grego, além de ser o contrário de mentira, também é não praticar omissão, isto é, não esconder a realidade. Sendo assim, pela perspectiva bíblica, para Deus omitir que existem motivos para chorar, motivos para ficar corado de vergonha no meio cristão evangélico, é faltar com a verdade também!
A mãe sensata ensina a criança a não pôr a mão na sujeira, porém, não mente e nem omite que a sujeira existe. Se o bebê está sujo, leva-o ao banho e lhe passa o amor à limpeza.
Estou muito triste e orando muito! A tempestade que atravessamos é grande. Acredito que Jesus está dentro do nosso barco, Ele trará bonança e nos fará andar sobre as águas.
Jesus Cristo dá ordens para todos nós, crentes maduros, fazer discípulos de todas as nações. E entendo que ensinar o Evangelho não significa dar super proteção aos novos da fé, creio que é ajudá-los a crescer tendo condições de no futuro se defenderem por si mesmos contra as adversidades provocadas por gente apóstata, os falsos pastores e os falsos irmãos. Tal qual uma mãe, devemos banhar os novos convertidos e ensinar-lhes a ter prazer pelos ambiente limpos. Caso não façamos isso, as almas que evangelizamos morrerão no primeiro espirro.
E. A. G.